1829
Brasil, Rio de Janeiro
EventoIdiomas disponíveis
Português
Colaborador
Margareth da Silva Pereira
Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny
Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny nasceu em Paris, em 15 de julho de 1776. Foi excelente estudante de arquitetura e, em 1799, ganhou o prestigioso Prix de Rome, atribuído pela Academie des Beaux-Arts aos seus melhores alunos e o que lhes permitia aperfeiçoar sua formação na Itália, no convívio com as obras do passado. O ‘grand tour' da Itália havia se tornado obrigatório para todo artista e intelectual no período. De volta a França, trabalhou para o governo napoleônico. Seu mais importante projeto foi a reforma do Palácio Bellevue, em Kassel, na Vestfália (Alemanha), nesse momento sob controle da França.
Grandjean teve de voltar a Paris com a dissolução do Reino da Vestfália em 1813 e a queda do rei Jerôme Bonaparte. Em 1815, após a derrota de Napoleão, como simpatizante do Imperador e de sua família, já não gozava do prestígio de antes. Juntou-se então ao grupo de artistas que, organizados por Joachim Lebreton e a convite do governo português, preparava-se para partir para o Rio de Janeiro, onde D. João VI e a côrte portuguesa se haviam instalado em 1808.
Arquiteto francês de muita importância no Brasil, foi membro da chamada Missão Artística Francesa que chegou ao Rio de Janeiro em 1816 com o objetivo de criar a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Na Academia Grandjean era professor da aula de arquitetura e durante mais de 30 anos será o único professor dessa matéria.
Dentre inúmeras encomendas públicas e privadas, Grandjean foi incumbido de projetar e construir o edifício da nova Escola, inaugurado em 1826 como Academia Imperial de Belas Artes, já em pleno governo de D. Pedro I. Para sua casa particular, o arquiteto construiu na Gávea (c. 1826), um belo casarão neoclássico, de dois andares, parcialmente circundados por galerias porticadas. O mais importante projeto de Grandjean que ainda subsiste é o edifício para a Praça do Comércio do Rio de Janeiro, para o qual foi incumbido por D. João VI e que se realizou entre 1819 e 1820. O arquiteto francês faleceu no Rio de Janeiro em 2 de março de 1850.
Grandjean realizou diversos projetos urbanos tentando em diversas ocasiões adequar a imagem do Rio de Janeiro ao seu novo estatuto. Sua arquitetura ‘neo-clássica' retira o conceito de imitação dos antigos do campo da ‘cópia' para levá-lo ao da emulação.