1967
Estados Unidos
Fato RelevanteIdiomas disponíveis
Português
Colaborador
Leandro Cruz
Kenneth Frampton
Kenneth Frampton (1930-) é um arquiteto britânico, que atua como educador, historiador e crítico de arquitetura. Desde 1972 ocupa o posto de Ware Professor na Graduate School of Architecture, Planning and Preservation (GSAPP), na Columbia University, em Nova York. Graduou-se como arquiteto na Architectural Association (AA) de Londres em 1956, passando por uma breve experiência, ainda recém-formado, no corpo de engenheiros do Exército Britânico, entre 1956-58. Em seguida trabalhou por um ano em Israel, antes de retornar à Inglaterra e se associar ao escritório de Douglas Stephen and Partners, onde se envolveu, entre outras atividades, com o projeto de um conjunto habitacional para a região de Craven Hill Gardens, em Londres.Ao longo dos anos 1960 deu início às atividades de ensino no Royal College of Art e na AA, em paralelo à sua atuação como editor da revista Architectural Design (entre 1962-65). Durante este período conheceu Peter Eisenman - naquela época desenvolvendo seu doutorado na Europa - que o convida a ingressar como professor na Princeton University, nos Estados Unidos, integrando-se a um grupo que contava com figuras tão díspares quanto Michael Graves, Tomás Maldonado e Anthony Vidler, além do próprio Eisenman. Frampton lecionou em Princeton durante seis anos, entre 1965-71, sendo que no período inicial dividia suas atividades entre os Estados Unidos e Inglaterra. Em 1972 passou a ensinar na Columbia University, mesmo ano em que se integrou ao IAUS (Institute for Architecture and Urban Studies), fundado e dirigido por Eisenman, onde atuou como um dos editores da revista Oppositions, entre 1973-82.
Foi também ao longo dos anos 1970 que ele elaborou o livro "História Crítica da Arquitetura Moderna", publicado originalmente em 1980, que consolida sua atividade como historiador. O livro contou com certo reconhecimento desde sua publicação, embora também tenha recebido algumas críticas. Destacou-se, sobretudo, pela extensão do trabalho, que cobre toda a produção da arquitetura moderna e estende a avaliação até a produção recente. Além disso, marcou uma importante mudança na historiografia da arquitetura moderna por se pretender como uma "história crítica", em oposição ao que o historiador italiano Manfredo Tafuri chamava de "histórias operativas".
O próprio Frampton comenta como a emigração para os Estados Unidos foi um dos fatores que levaram-no a buscar um posicionamento político mais bem definido frente à arquitetura, dado que a partir daquele momento ele passou a se enfrentar de forma mais direta com as consequências da modernização. Suas principais influências vêm de pensadores marxistas vinculados à Escola de Frankfurt (notadamente Walter Benjamin e Jürgen Habermas), e de leituras sobre a obra de Martin Heidegger e Hannah Arendt. O marxismo e a fenomenologia se configuram, de certa forma, como as matrizes que estão em constante diálogo nos seus principais trabalhos, desde "História crítica da arquitetura moderna" e "Por um regionalismo crítico" até obras mais recentes, como "Studies in tectonic culture" (1995) e na coletânea de ensaios "Labor, work and architecture" (2002).
Fonte(s) FRAMPTON, Kenneth; ALLEN, Stan; FOSTER, Hal. A Conversation with Kenneth Frampton. October, Cambridge, v. 106, p. 35-58, set./dez. 2003.LIRA, José Tavares. Da forma-lugar à prática reflexiva [Entrevista com Kenneth Frampton]. Desígnio, São Paulo, n. 11/12, mar. 2011.
PALERMO, Nicolás Sica. Kenneth Frampton. Entrevista, São Paulo, n. 11.050, mai. 2012. Portal Vitruvius. Disponível em <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/11.050/4325>. Acesso em 3 jul. 2012.