1958
Áustria
PublicaçãoIdiomas disponíveis
Português
Colaborador
Ícaro Vilaça
A linha reta leva ao declínio de nossa civilização (texto integral)
Friedensreich Hundertwsser, 1953:
"Eu tenho uma bicicleta. Paris é grande. Eu quero dizer que as linhas que desenho com minha bicicleta por esta grande cidade são extraordinárias.
Estas linhas são tão maravilhosas quanto todas as outras que eu cruzo – e que foram traçadas por outras pessoas.
Eu ando em torno de pessoas e obstáculos e estou feliz de pelo menos estar em harmonia e em contacto com os outros.
Estas linhas, pelas quais eu gasto muitas horas – e que formam um enorme círculo na hora em que eu retorno – são mais bonitas, mais genuínas e mais justificadas que as linhas que eu poderia desenhar no papel.
E ouso dizer que as linhas que eu tracei com meus pés no chão, caminhando para o museu, são mais importantes do que as linhas que irei encontrar em suas paredes internas.
E me agrada muito ver que a linha que eu traço nunca é reta, também não é confusa, mas tem uma razão de ser em cada parte mínima de suas extensão. Cuidado com a linha reta e linha “bêbada”. Mas acima de tudo, tome cuidado com a linha reta da régua T.
A linha reta leva ao declínio da humanidade. La droite ligne conduto à la perte de l'Humanité (sic).
Parte do alívio está na parede do fundo do antigo estúdio de Eugène Delacroix e provavelmente foi destruída pelos proprietários subseqüentes.
Paredes desiguais, nas quais as linhas desenhadas aparecem ainda mais onduladas, independentemente da perspectiva de que elas são vistas, sempre me fascinaram. Este é o segredo do drapeado na pintura."
Fonte(s): Hundertwasser Architecture: for a more human architecture in harmony with nature. Alemanha: Taschen, 1997. p. 42-43.
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