1972
Itália
ProjetoIdiomas disponíveis
Português
Colaborador
Leandro Cruz / Gabriela Fernandes
Aldo Rossi junto à maquete da Scuola Elementare De Amicis em Broni, ao final dos anos 1960. Foto de Aldo Ballo.
Fonte: SPANGARO, Chiara. Biografia. [Aldo Rossi]. [201-]. Disponível em: <www.fondazionealdorossi.org>. Acesso em: 5 jul. 2016.
Aldo Rossi
Aldo Rossi nasceu em Milão em 3 de maio de 1931. Em 1941, por conta da guerra, mudou-se com sua família para o Lago di Como, na Itália, onde estudou até o final da formação básica. Retorna a Milão depois de 1949, quando se matricula na Faculdade de Arquitetura do Politécnico de Milão. Nestes anos, ele começou sua militância no Partido Comunista Italiano e escreveu artigos sobre a arquitetura e desenho industrial para o jornal La Voce Comunista. Em 1955, a convite de Ernesto Nathan Rogers, Rossi começou uma longa colaboração com a revista Casabella-Continuità, chegando a atuar como editor entre 1961 e 1964, ano da expulsão de Rogers do comitê editorial.
Graduou-se pelo Politécnico de Milão em 1959, com o projeto de um teatro e um centro cultural na cidade. Iniciou sua atividade de ensino como assistente de Ludovico Quaroni em Arezzo, em 1963, e de Carlo Aymonino no IUAV (Istituto Universitario di Architettura di Venezia), entre 1963-65. Em 1965, foi convidado pelo Politécnico de Milão para o cargo professor de Características Distributivas dos Edifícios. O período foi marcado por considerável experimentação no campo da teoria e das práticas de ensino em ateliês colaborativos. Ao final dos anos 1970, Rossi acumulava as experiências na Itália com outras atividades de ensino na ETH Zürich, entre 1972-1974, em instituições nos Estados Unidos como Cornell University, Cooper Union, Harvard University e no IAUS (The Institute for Architecture and Urban Studies), e participa do grupo conhecido como "La Escuelita", em Buenos Aires, entre 1976-1983.
Os desenhos e projetos de Rossi, desde o início de sua carreira, assinalam sua preferência por formas simples e de influência clássica na concepção dos seus edifícios, filtrados por sua interpretação da tradição racionalista em arquitetura. Sua atenção aos tecidos urbanos enquanto fatos históricos e sua visão tradicionalista da cidade traduziu-se no seu primeiro livro autoral, "L'Architettura della Città" (1966), uma das teorias mais influentes da segunda metade do século XX, traduzida para diversos idiomas. Foi importante articulador do grupo conhecido como Tendenza, que marcou uma inflexão no debate arquitetônico internacional, pautando uma revisão dos princípios modernos para o projeto da cidade contemporânea e conhecido, dentre outros aspectos, pela dura crítica ao funcionalismo e pela reivindicação de elementos históricos como base para o projeto.
Sua obra construída se intensifica a partir dos anos 1970, momento em que Rossi também ganha maior visibilidade no plano internacional. Destacam-se sua participação com um edifício habitacional no Complexo Monte Amiata em Milão, mais conhecido como Gallaratese (1968-1974), do qual participa a convite de Carlo Aymonino; o Cemitério de San Cataldo em Módena (projetado entre 1971-1976 e construído entre 1980-1985), desenvolvido com Gianni Braghieri; e o icônico Teatro del Mondo (1979; 1980), um edifício flutuante construído para a seção de teatro e arquitetura da Bienal de Veneza de 1979 e reapresentado no ano seguinte, na primeira Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza. As referências históricas e classicistas continuam sendo exploradas nos anos seguintes, mas passam a assumir um caráter mais autoral e menos de investigação sobre a cultural local. Destacam-se o Edifício Habitacional na Rauchstrasse (1985) em Berlim, a Casa Aurora (1987) em Turim e o concurso para a reconstrução do Teatro Carlo Felice (1984) em Gênova - este último em parceria com Ignazio Gardella e Fabio Reinhart. As fronteiras pouco evidentes entre as dimensões científica e biográfica em sua obra são tratadas em "A Scientific Autobiography" (1981), publicado originalmente nos Estados Unidos, como uma coleção de memórias particulares e explorações sobre as principais influências para seus projetos.
Organizou e participou de inúmeras exposições ao longo de sua carreira, a exemplo da Seção Internacional de Arquitetura da XV Trienal de Milão (1973), onde se deu grande visibilidade à Tendenza, além de ser constante presença nas Bienais de Veneza. Recebeu inúmeros prêmios, incluindo o título de membro honorário do American Institute of Architects, em 1988, e o Prêmio Pritzer em 1990. Morre prematuramente num acidente de carro, em 1997, num momento de forte atividade do escritório - àquela época, com sedes em Milão, Nova York, Berlim e no Japão. Boa parte de seu acervo se encontra sob a guarda da Fondazione Aldo Rossi e de instituições como do Bonnefantenmuseum de Maastricht, o CCA (Canadian Centre for Architecture) em Montréal, o DAM (Deustsches Architekturmuseum) em Frankfurt, a fundação MAXXI (Museo Nazionale delle Arti del XXI Secolo) em Roma, o Centro Georges Pompidou em Paris e a fundação The Getty Research Institute em Los Angeles.
Fonte(s)BANDINI, Micha. Aldo Rossi. AA Files, Londres, n. 1, p. 105-111, Winter 1981-82.
BRAGHIERI, Gianni. Aldo Rossi. 3. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 1986. (Coleção Estudiopaperback).
DÍAZ, Tony. Aldo Rossi y Buenos Aires. 47 al Fondo, La Plata, ano 2, n. 3, p. 53-55, out. 1998. Disponível em: <sedici.unlp.edu.ar>. Acesso em: 7 jul. 2016.
FAROLDI, Emilio; VETTORI, Maria Pilar. Diálogos de arquitetura. São Paulo: Siciliano, 1997.
LÉON, Ana María. Aldo Rossi - La Escuelita: Buenos Aires, Argentina, 1976-1983. [2014?]. Radical Pedagogies. Disponível em: <radical-pedagogies.com>. Acesso em: 5 jul. 2016.
ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SPANGARO, Chiara. Biografia. [201-]. Disponível em: <www.fondazionealdorossi.org>. Acesso em: 5 jul. 2016.
THE GETTY RESEARCH INSTITUTE. Collection Inventories and Finding Aids. Aldo Rossi papers, 1943-1999. Disponível em: <getty.edu>. Acesso em: 7 jul. 2016.