1972
Itália
ProjetoIdiomas disponíveis
Português
Colaborador
Leandro Cruz / Gabriela Fernandes
Carlo Aymonino em uma atividades no IUAV.
Fonte: UNIVERSITÀ IUAV DI VENEZIA. Addio a Carlo Aymonino. jul. 2010. Disponível em: <www.iuav.it>. Acesso em: 5 jul. 2016.
Carlo Aymonino
Carlo Aymonino nasceu em Roma, na Itália, em 1926. Graduou-se arquiteto em Roma em 1950 e atuou como professor em boa parte de sua carreira, destacando-se suas atividades na Facoltà di Architettura di Palermo em 1967, no IUAV - Istituto Univiersitario di Architettura di Venezia - entre 1963-1981 e 1993-1999 (do qual foi diretor entre 1974-1979) e na Università La Sapienza em Roma entre 1980-1993, onde foi professor de Composição Arquitetônica. É autor de extensa bibliografia, da qual se destacam os livros "Origini e Sviluppo della Città Moderna" (1965); "La Formazione del Concetto di Tipologia Edilizia" (1965); "L'Abitazione Razionale: Atti dei Congressi CIAM 1929-31" (1971), "Il Significato delle Città" (1975) e "Lo Studio dei Fenomeni Urbani" (1977). Também teve importante papel como coeditor da revista Casabella entre 1959-1964.
Durante os primeiros anos de atividade sua obra se insere nos debates sobre o neorrealismo, momento em que participa de projetos como o edifício La Tartaruga em Roma (1951-1954), com Ludovico Quaroni, o bairro Spine Bianche em Matera (1954-1957) e o bairro Tiburtino em Roma (1950-1954), com Ludovico Quaroni e Mario Ridolfi. Entre 1959-1964, divide o escritório com seu irmão Maurizio Aymonino. Uma parceria importante veio com a criação do Studio Ayde, coordenado pelos irmãos Aymonino e pelos também irmãos Baldo e Alessandro De Rossi. Vem desta última formação a proposta para o Complexo Monte Amiata (mais conhecido como Gallaratese) em Milão, onde se viu uma possibilidade concreta de integração entre as pesquisas sobre a relação entre arquitetura e cidade, sobretudo com relação às pesquisas tipológicas, e as aspirações sociais.
O projeto para o Gallaratese é como um ponto de chegada de pesquisa sobre os fundamentos da nova ciência urbana, a resposta para a pesquisa teórica que vinha desenvolvendo junto a Aldo Rossi no IUAV - Rossi também participou da proposta, projetando um dos cinco blocos do complexo. A obra de Aymonino se consolida com seu trabalho de pesquisa tipológica associada ao rigor geométrico. Nos anos 1970 ele realiza os projetos para a Universidade de Florença (1971), para a Universidade da Calábria (1973), o Palácio da Justiça de Ferrara (1977-1984), o Campus da Escola Superior de Pesaro (1970-1984).
Entre 1981-1985, ocupa o cargo de comissário para as intervenções no Centro Histórico da cidade de Roma, quando organiza uma série de atividades e estudos sobre as cidades que marcam um ponto de viragem em como usar e desfrutar do centro histórico. As principais obras nos anos 1980 incluem os planos para o Edifício Residencial na Giudecca em Veneza (1984), o Residencial e Centro Comercial Benelli em Pesaro (1980-1983), o Complexo Residencial Tor Sapienza em Roma (1981-1982) e o sistema de praças no centro de Terni (1985). Entre seus últimos projetos destacam-se a proposta de recuperação do Coliseu e de seu entorno (2001) e a Cobertura dos Jardins Romanos no Museu Capitolino, em Roma (1993-2005) - este último, inaugurado poucos anos antes de seu falecimento, em 2010.
Teve grande influência no debate arquitetônico e urbanístico espanhol, chegando a ter alguns de seus livros traduzidos, a exemplo de "El significado de las ciudades" - primeiro como publicação do Laboratorio de Urbanismo de Barcelona (1969), depois pela editora Hermann Blume (1981) - e pela Gustavo Gili foram publicados os livros "Orígenes y desarrollo de la ciudad moderna" (1972) e "La Vivienda Racional" (1975).
Em 1976 e em 1985 foi convidado a participar com seus trabalhos na XIII e XV Trienal de Milão e na Bienal de Veneza. É membro da Academia Nacional de San Luca (desde 1976), da qual foi presidente entre 1995-1996. Entre os muitos prêmios e homenagens recebidos, foi nomeado professor honorário da Escuela de Altos Estudios del Cayc, na Colômbia, em 1989; em 1999 ganhou a Medalha de Ouro por mérito da Ciência e da Cultura do Ministério da Educação da Itália; e foi condecorado como membro honorário pelo Instituto Americano de Arquitetos em 2000. Suas obras foram expostas em diversos países além da própria Itália, como na Itália, Áustria, Alemanha, Bélgica, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Japão e China. Parte importante de seu acervo encontra-se no FFMAAM (Fondo Francesco Moschini A.A.M. Architettura Arte Moderna); desenhos de seus últimos projetos não executados fazem parte do acervo do MAXXI (Museo Nazionale delle Arti del XXI Secolo), em Roma.
ACCADEMIA Nazionale di San Luca. Carlo Aymonino. Disponível em: <www.accademiasanluca.eu>. Acesso em: 5 jul. 2016.
MASINI, Lara-Vinca. AYMONINO, Carlo. In: EMANUEL, Muriel. Contemporary architects. Londres; Basingtoke: Macmillan Press, 1980. p. 53-55.
MUSEO NAZIONALE DELLE ARTE DEL XXI SECOLO. Aymonino, Carlo. Schede Biografiche. Disponível em: <www.fondazionemaxxi.it>. Acesso em: 5 jul. 2016.
SOLÀ-MORALES, Manuel de. In memory of Carlo Aymonino = En la muerte de Carlo Aymonino. D'UR, Barelona, n. 02/2011, p. 158-163, 2011. Disponível em: <upcommons.upc.edu>. Acesso em: 5 jul. 2016.
UNIVERSITÀ IUAV di Venezia. Addio a Carlo Aymonino. jul. 2010. Disponível em: <www.iuav.it>. Acesso em: 5 jul. 2016.